o que é ciencias
ENSAIO ANALÍTICO1
Sigismundo Bialoskorski Neto2
1. INTRODUÇÃO
Quando se faz referência ao cooperativismo e às estratégias empresariais, têm-se que analisar as diferentes dimensões econômicas envolvidas nessa discussão. Esses focos de análise terão que levar em consideração o ambiente institucional que cerca o empreendimento cooperativo, o que o leva a estabelecer estratégias muitas vezes alinhadas com o restante do mercado, mas que podem constituir formas de lidar também com um particular momento institucional.
O empreendimento cooperativo apresenta então aspectos específicos com dimensões distintas e, muitas vezes, conflitantes, que são, respectivamente, o foco de mercado, da lógica econômica de maximização de resultados, da concorrência e dos preços, como sinalizadores da alocação de fatores de produção, de um lado, e o foco da sociedade, do cooperante, da fidelidade contratual, da ética de negócios, da transparência e do desenvolvimento, com distribuição de renda, de outro, de forma a elevar a riqueza e o bem-estar do associado.
Essas duas conhecidas dimensões, quando coordenadas eficientemente, são responsáveis por estabelecer uma vantagem significativa da governança efetuada pelas sociedades cooperativas com os seus associados, fornecedores e consumidores, o que proporciona não só melhor coordenação, mas constitui uma verdadeira vantagem das sociedades orientadas para o produtor rural, quando comparadas com as sociedades orientadas simplesmente para o investidor (Sykuta e Cook, 2001).
Além dessas considerações iniciais, há também uma limitação fundamental e diferente das cooperativas, quando comparadas com as sociedades mercantis, que são a
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Este ensaio foi realizado, especialmente, para o Seminário de Política Econômica em Cooperativismo e
Agronegócios da UFV, em outubro de 2002, tendo-se por base diversos artigos publicados e em fase de discussão para publicação.
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Prof. Dr.