O que pensam e falam os professores sobre as brincadeiras das crianças pequenas
Fernanda Duclos Carisio
Prof. Orientadora:
Daniele Nunes Henrique Silva
Universidade Candido Mendes (RJ)
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação
Grupo de estudos Imaginação, Arte e Cultura.
Agosto/2005
Palavras-Chaves:
Brincadeira – Educação Infantil – Psicologia Escolar – Formação de Professores
Esse trabalho tem como objetivo investigar o que pensam os professores que trabalham na educação infantil sobre as brincadeiras das crianças pequenas. Para tanto, a base teórica parte das considerações mais gerais dos autores da corrente histórico-cultural, em especial Vigotski, em função da centralidade, por ele apontada, do funcionamento lúdico no desenvolvimento de crianças em idade pré-escolar. Para o autor, apesar de não ser a mais freqüente, a brincadeira é a atividade mais importante da idade infantil, pois evidencia a transição de ações vinculadas ao campo perceptivo para atividades orientadas pela experiência simbólica. Ou seja, a criança por meio do brinquedo opera num plano para além daquilo que ela vê imediatamente (campo perceptivo), transgredindo simbolicamente as condições impostas pelo real. Ela vê um pedaço de madeira e faz-de-conta que é um carrinho; ela acha uma pedra e diz que é um posto de gasolina. Os significados são transformados, assumindo configurações imaginadas, antagônicas à sua objetivação real; toco de madeira/carrinho; pedra/posto de gasolina (Vigotski, 1988). Nesse sentido, Oliveira (1988) comenta que o brincar possibilita avanços nas competências habituais da criança, pois permite que suas ações sejam guiadas para além de seu comportamento cotidiano. O brinquedo cria uma zona proximal de desenvolvimento, um espaço de capacidades emergentes, promovendo uma transição do pensamento concreto ao pensamento abstrato, maior flexibilização na recomposição de significados. Seguindo essa análise geral, parece ser importante investigar