O que está errado com lauren?
Na sala de emergência, o doutor Ronald Jacobson permanecia junto ao leito de Lauren Taylor, preocupado. Horas de pequenas descargas elétricas no lado direito do cérebro da menina de quatro anos faziam com que o lado esquerdo tremesse convulsivamente. À sua cabeceira, naquele sábado de maio de 1995, achava-se a mãe, Doreen. Era véspera de dia das mães, e estavam no centro medico de Westchester, em Valhalla, estado de Nova York.
“Nada posso fazer”, disse Jacobson, o neuropediatra. “Isto não é vida nem para ela, nem para vocês. É hora de operar”.
Doreen estremeceu. A primeira vez que ela e o marido, Joe, ouviram falar nesta cirurgia encolheram de horror. O procedimento parecia irracional – incompatível com a vida. Chamada hemisferectomia, a operação removeria o lado direito do cérebro que provocava as convulsões.
Doreen tinha uma amiga cuja filha de quatro anos fora submetida a uma hemisferectomia –e morrera. Mesmo que Lauren sobrevivesse, havia riscos de infecção, coágulos ou derrame. Podia mudar de personalidade ou causar paralisia temporária do lado esquerdo do corpo.Ou ainda ficar incapacitada.
Depois que Jacobson saiu do quarto, Doreen, 30 anos, ligou para Joe.Tinham que tomar a decisão mais difícil de suas vidas
Quatro anos antes, quarto fora decorado para o primeiro filho dos Taylor. Lauren parecia um bebê normal, saudável, a não ser por uma marca vermelho-púrpura que se estendia da pálpebra direita pela testa até a parte de trás da cabeça.
“Chama-se mancha tipo vinho do Porto”, explicou o médico, assegurando aos pais que a marca era só antiestética, mas que deviam consultar um neuropediatra para ter certeza.
Os Taylor levaram Lauren ao doutor Roy Geronemus, diretor do Centro de Cirurgia Dermatologica de Nova York, que garantiu poder remover a mancha. “O mais grave pode não ser a aparência”, avisou. “Devem se preocupar com a possibilidade de problemas oftalmológicos e neurológicos”.
Doreen e Joe