Leonard Peacock
Todos os direitos reservados.
TÍTULO ORIGINAL
Forgive Me, Leonard Peacock
TRADUÇÃO
Alexandre Raposo
PREPARAÇÃO
Natalia Klussmann
REVISÃO
Suelen Lopes
Umberto Figueiredo
REVISÃO DE EPUB
Juliana Latini
ADAPTAÇÃO DE CAPA ô de casa
GERAÇÃO DE EPUB
Intrínseca
E-ISBN
978-85-8057-396-1
Todos os direitos desta edição reservados à
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22451-041 Gávea
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Para os faroleiros — passado, presente e futuro
Eu te peço, tira teus dedos da minha garganta;
Pois embora eu não seja raivoso ou violento,
Tenho em mim alguma coisa perigosa,
Que tua sabedoria fará bem em respeitar.
Tire as tuas mãos!
— Hamlet, Shakespeare
UM
É engraçado ver a pistola nazista P-38 da Segunda Guerra Mundial sobre a mesa de café da manhã junto a uma tigela de mingau de aveia. É como um estranho anacronismo de utensílios steampunk. Mas, se você observar bem de perto, pouco acima da coronha, verá estampada a pequena suástica com a águia pousada no topo, o que é real pra caramba.
Tiro uma foto do meu lugar à mesa com o iPhone, pensando que pode ser tanto um testemunho quanto arte moderna. Então eu rio pra cacete olhando a imagem na minitela, porque arte moderna é uma tremenda babaquice.
Quer dizer, uma tigela de mingau de aveia com uma P-38 ao lado, como se fosse uma colher — esse arranjo, fotografado, pode ser arte moderna, certo?
Babaquice.
Mas também é engraçado.
Já vi coisas piores expostas em museus de arte de verdade, como uma tela toda branca atravessada por uma única listra vermelha e fina.
Certa vez contei a Herr Silverman1 sobre a pintura com a listra vermelha, dizendo que eu mesmo poderia ter feito aquilo, e ele respondeu com uma voz superconfiante: “Mas não fez.”
Devo admitir que foi uma resposta legal e engenhosa, porque era verdade.
Fez com que eu calasse a