O Príncipe - Maquiavel
O desejo de conquista é coisa realmente natural e comum e os homens que podem satisfazê-lo serão louvados sempre e nunca recriminados. Mas não o podendo, e querendo fazê-lo de qualquer modo, aí estão em erro, e merecem censura. (CAP. 3 - DOS PRINCIPADOS MISTOS)
Os que, pela virtude própria, do mesmo modo que estes se fazem príncipes, conquistam com dificuldade o principado, mas com facilidade se conservam. É preciso, portanto, desejando expor de modo bastante claro esta parte, examinar se esses inovadores agem por conta própria, firmemente, ou dependem de outros, isto é se para levar avante sua obra precisam rogar ou se, realmente podem forçar. (CAP. 6 - DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SÃO CONQUISTADOS PELAS ARMAS E COM NOBREZA)
Aqueles que apenas por sorte se tornam príncipes, pouco esforço fazem para isso, é claro, mas conservam-se muito dificultosamente. (CAP.7 - DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SÃO CONQUISTADOS COM ARMAS E COM VIRTUDES ALHEIAS)
Atingir o principado pela maldade por caminhos celerados, contrário a todas as leis humanas e divinas; e tornar-se príncipe pelo favor de seus conterrâneos. (CAP. 8 – PRINCIPADOS CONQUISTADOS PELO CRIME)
Concluo, pois, afirmando que a um príncipe pouco devem importar as conspirações se ele é querido do povo, porém se este é seu inimigo e o odeia, deve temer tudo e todos. Os Estados que têm boa organização e os príncipes que são prudentes cuidaram sempre em não reduzir os grandes ao desespero e satisfazer e contentar o povo, pois essa é uma das questões mais importantes que um príncipe deve ter em mente. (CAP. 19 - DE COMO SE DEVE EVITAR O SER DESPREZADO OU ODIADO)
Do mesmo modo, deve um príncipe mostrar-se amante das virtudes e honrar aqueles que se destacam numa arte