arte
Aluna Giuliana Serrano Sperotto
Professora Doutora Cibele Saliba Rizek Inicialmente, devemos partir da discussão: o que é história e qual a importância de refletirmos sobre esse conceito?
São diversas as definições dadas, como “ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem ao decorrer do tempo”, “estudo dos acontecimentos passados”, “sucessão natural dos acontecimentos passados”, “relato”, “narrativa”. Todos eles se encaixam naquilo que conhecemos por “história”, mas não são suficientes para defini-la e pensá-la não passivamente, mas com análise crítica. Aí entram outros fatores: a história é contada por quem? É simplesmente uma sucessão de fatos ou os relatos que a compõem trazem consigo o juízo feito por aquele que o fez acerca do assunto? É possível produzir historiografia com total imparcialidade? Em “Idade Média: passado e presente” Hilário Franco Junior, afirma que qualquer obra historiográfica não está somente ligada ao passado que relata, mas também ao presente, ao contexto no qual o autor da obra está inserido. Isso porque ao fazer uma análise dos acontecimentos passados, a fazemos levando em conta (conscientemente ou não) a visão de mundo que temos, a qual é produto do contexto histórico do qual fazemos parte. Isso se deve ao fato de que, uma vez que toda historiografia é um produto cultural, resultando de uma série de fatores como metodologia, disponibilidades documentais, estilos literários, entre outros, traz mesmo que implicitamente as “opiniões”, ideologias, da época em que foi produzida. Também o receptor, ao se apropriar do conteúdo histórico, não o faz passivamente, mas interpreta-o de acordo com suas impressões sobre o assunto. A exemplo de tal falo é citado, no texto de H. F. Júnior, “Outono na Idade Média” de Johan Ruizinga no qual o autor, ao tratar da Idade Média se refere também ao próprio período em que