O processo de socialização na escola
O processo de socialização da criança na escola tem merecido dos pedagogos e psicólogos variados estudos explicativos e normativos. Entretanto, estas metodologias e enfoques teóricos são construídos tomando por base determinadas concepções raramente explicadas ou redefinidas.
A ausência de uma analise critica dessas questões resulta em uma visão abstrata da criança e da escola. Esta idealização de uma “natureza infantil” e de uma função socializadora da educação, destituída de seu caráter histórico e socialmente determinado reduz esta teoria a uma finalidade profundamente ideológica.
A ideia de infância: a condição social de ser criança
A ideia de infância, tal como concebemos hoje, surge simultaneamente ao sentimento de família, que desenvolve-se a partir do século XVII unindo emocionalmente seu integrantes em núcleos separados, e ao desenvolvimento da educação escolar. Resultando na organização das relações sociais de produção da sociedade industrial.
Anterior a isso a duração da infância se limitava aos primeiros sete anos de vida, ou até que seu desenvolvimento físico estivesse assegurado. Sendo assim ela passaria a conviver com os adultos e a aprendizagem de valores e costumes se daria a partir do convívio com os mais velhos. Era uma forma de criação coletiva, onde se misturavam idades e condições sociais distintas.
A partir do século XVIII como a destruição das formas comunitárias e tradicionais da criação dos filhos instaurou-se a família burguesa organizada em função do capitalismo, criando um novo padrão de família, que primava pela privacidade e intimidade entre os integrantes da mesma. Os pais passaram a mandar seus filhos para a escola onde receberiam uma sólida formação pelo pensamento moralista da época.
Com esta mudança na visão da infância, a criança foi afastada do convívio com outros adultos que não fossem de seu núcleo familiar e da escola. Com isto, sua condição