O PROCESSO DE SOCIALIZA O
Nelson Dacio Tomazi Ao nascer, chega-se a um mundo que já está pronto, e essa relação com o “novo” é de total estranheza. A criança vai se relacionar e conviver com o mundo externo. Nesse momento ainda não se reconhece como pessoa, pois não domina os códigos sociais; é o “nenê”, um ser genérico. Com o tempo, a criança percebe que existem outras coisas a seu redor... Percebe que existem também pessoas – pai, mãe, irmãos, tios, avós – com os quais vai ter de se relacionar... À medida que cresce, vai descobrindo que há coisas que pode fazer e coisas que não pode fazer. Posteriormente saberá que isso é determinado pelas normas e costumes da sociedade à qual pertence. No processo de conhecimento do mundo, a criança observa que alguns dias são diferentes dos outros. Há dias em que os pais não saem para trabalhar e ficam em casa mais tempo... Nos outros dias da semana vai à escola, onde encontra crianças da mesma idade e também outros adultos. A criança vai entendendo que, além da casa e do bairro onde reside, existem outros lugares, uns parecidos com o local em que vive e outros bem diferentes; alguns próximos e outros distantes; alguns grandes e outros pequenos; alguns suntuosos e outros humildes ou miseráveis. Esse processo de conviver com a família e com os vizinhos, de freqüentar a escola, de ver televisão, de passear e de conhecer novos lugares, coisas e pessoas compõe um universo cheio de faces no qual a criança vai se socializando, isto é, vai aprendendo e interiorizando palavras, significados e idéias, enfim, os valores e o modo de vida da sociedade da qual faz parte. (...) Mesmo considerando todas as diferenças, há normalmente um processo de socialização formal, conduzido por instituições, como escola e Igreja, e um processo mais informal e abrangente, que acontece na família, na vizinhança, nos grupos de amigos e pela exposição aos meios de