O processo de ocupação da amazônia e a formação da fronteira
Francilete Souza de Almeida
Ao longo de seus mais de quatrocentos anos de história, a Amazônia representou um grande desafio, desde as primeiras expedições exploratórias no século XV, até sua incorporação em grande escala ao capitalismo na segunda metade do século XX. Desafio não somente pelas suas características físicas peculiares que lhes renderam expressões imprimidas no cotidiano geográfico mundial, como “Hileia”, “Inferno Verde” “Pulmão do mundo” entre outros, como também pela própria história da ocupação do Brasil, cuja economia agroexportadora permaneceu atrelada ao litoral.
Vista desde os primórdios como região de grandes potencialidades econômicas, sua ocupação tem início no século VVII, dentro das políticas publicas de manutenção territorial da Coroa Portuguesa, que dinamizou a ocupação dessa área de forma a garantir a posse do território. Através dos fortes implantados no curso do rio Amazonas defendia-se militarmente o território e, com as missões religiosas, neutralizavam-se os indígenas. A ocupação da Amazônia ganha a dimensão dos rios, única via de transporte na região devido, em tese, ao tamanho e densidade da floresta, bem como sua gigantesca rede de drenagem. Os núcleos urbanos formados nesse período localizam-se as margens dos rios.
No século XIX, o interesse predominante foi à extração da borracha que deu novo impulso a região. Cidades como Belém e Manaus cresceram rapidamente, a atividade desse período foi curta, uma vez que foi substituída no início do século XX pela produção racional na Ásia, além do descobrimento posteriormente da borracha sintética.
É interessante ressaltar que, atém metade do século XX, a ocupação da Amazônia era basicamente constituída de pontos no mapa seguindo o padrão dos rios. Não havia uma dinamização no sentido de se ocupar o interior, alegando-se as dificuldades naturais da região.
As transformações no espaço no espaço