O problema do comando
No totalitarismo os governantes desconsideram as divisões burocráticas e democráticas do Estado e concentram todo o poder nas mãos de um único líder, que não reconhece limites para o exercício da autoridade e regula aspectos tanto da vida pública quanto da vida privada. Em associação com o autoritarismo, os líderes totalitários controlam as massas ideologicamente por meio da censura e da utilização dos meios de comunicação para propagandear as ideias do partido. As pessoas perdem a individualidade e passam a constituir uma sociedade de massa, sujeita ao que é imposto pelo governante.
A aglomeração de poder em um só líder faz com que este faça o uso da parcialidade moral como justificativa de suas ações, as torturas físicas e psicológicas, marcas dos governos totalitários, deixam de ser consideradas um grande mal, já que são feitas em prol de um bem maior. O filme "A Onda" e o livro "A Revolução dos Bichos" retratam formas totalitárias de poder, onde em ambos os casos há um líder que se desvirtua dos objetivos iniciais de seus governos e se tornam abusivos e autoritários, impulsionados pela ânsia de mais poder e de reconhecimento.
No filme "A Onda" o professor Rainer inicialmente deseja apenas demonstrar como é possível a adoção de um governo autoritário a partir da alienação política, para tal ele adota certas medidas disciplinares e ganha a simpatia dos pais e da diretora do colégio. Entre os alunos, a grande maioria segue suas instruções sem questionar e sem intervir no que é imposto, o sentimento de adoração e de transformação dos princípios da Onda em norte para a vida pública e privada, faz com que o "Senhor Wenger" seja enaltecido e, acima de tudo, respeitado. Com todo o reconhecimento, o professor é envaidecido e passa a não dar importância digna ao que acontecia ao seu redor, mesmo com os alertas da sua esposa e de alunos como Karo. As brigas impulsionadas por divergências ideológicas, a exclusão de alunos que não