O principe
“O príncipe” é a obra mais conhecida de Nicolau Maquiavel, tendo o seu texto analisado e reinterpretado diversas vezes ao longo dos séculos. Isto se deve ao fato de Maquiavel ser um autor que divide opiniões e sobre o qual se criou um mito, alguns acreditam que ele era incentivador de governos comandados pela tirania. Já outros argumentam que ele na verdade era um defensor da liberdade. De qualquer forma, “O príncipe” se trata de um volume, como definiu seu autor, onde ele discorre sobre o conhecimento adquirido com o estudo dos clássicos e a analise dos acontecimentos históricos. A obra foi um presente de Maquiavel para o príncipe Lourenço de Médici, a quem a também foi dedicada. Estruturalmente é dividida em 26 capítulos, que podem ser agrupados em 5 partes de acordo com a temática abordada.
Na primeira parte (referente aos capítulos I a XI) o autor descreve os diversos tipos de principados, considerando que estes junto com a república são as principais formas de governo que exercem ou exerceram poder sobre a vida dos homens, ao logo da história. Apesar de considerar a república um tema importante, Maquiavel não aprofunda o em “O Príncipe”, porque já havia tratado deste em sua obra anterior, “Discursos Sobre a Primeira Década de Tito Lívio”. Os principados podem ser hereditários ou nascentes. Encontra-se menos dificuldade na administração de um principado hereditário, pois neste já existe uma linhagem a qual o príncipe pertence. Mesmo que este seja um mau governante, a situação é mais fácil porque apenas basta agir como seus antecessores fizeram e caso acabe por perder o controle do Estado, ele conseguirá readquiri-lo.
Um principado nascente, ou novo é consideravelmente mais difícil de ser governado, porque estes não são exatamente novos, e sim mistos, ou seja, foram incorporados a um Estado maior e hereditário. A maior dificuldade se encontra no fato de que acreditando em melhorias os habitantes