o primo basilio
Para se compreender esta obra, faz-se necessário manter um diálogo com o que acontecia na época no campo literário, a fim de situá-la no contexto em que a obra foi produzida.
Enquanto no Romantismo procurava explorar a situação que antecedia o casamento, como os obstáculos que seus personagens, em sua maioria adolescentes, enfrentavam até chegar ou não ao objetivo principal: o casamento como meio de realização amorosa, no Realismo procurava-se focalizar a situação criada após o casamento, aquela em que a classe média procurava esconder por detrás da fachada da instituição. Assim, com os olhos voltados para a realidade, o escritor realista propõe-se a explorar “cientificamente” a infidelidade conjugal, revelando-a muito mais freqüente do que se fazia imaginar a aparente harmonia da burguesia romântica, fazendo-lhe cair a máscara hipócrita.
Como a burguesia era a principal consumidora dos romances, os escritores realistas pretendiam mudar, através da crítica, o comportamento dessa classe social, responsável pelos destinos social, econômico, político e moral do país.
Percebem-se dois eixos na trama de “O Primo Basílio”: um compõe a ação principal e focaliza o casamento, instituição básica da burguesia atingida severamente pelo adultério; o outro constrói um importante “pano de fundo” com variados tipos sociais (Julião, Sebastião, Acácio, D. Felicidade, Ernesto e outros), retrato nada animador da sociedade da época.
A ação central do romance apresenta o triângulo amoroso Jorge-Luísa-Basílio. Ela é acompanhada pelos olhos observadores e