O povo
Nasceu em Cesaréia da Palestina. Foi nomeado bispo desta mesma cidade em 313, onde morreu. Eusébio é um dos personagens chaves da história eclesiástica de seu tempo e tem um lugar reconhecido como historiador da Igreja. De fato, sua vida está intimamente ligada às lutas trinitárias do séc. IV, ao arianismo e à figura do imperador Constantino, de quem foi biógrafo e amigo.
Antes de mais nada, Eusébio é conhecido por sua História eclesiástica, um riquíssimo arquivo de dados, documentos e extratos de obras de toda classe, desde a primeira época da Igreja até o ano 324. Diz-se que sua História eclesiástica é para a Igreja dos primeiros séculos o mesmo que os Atos dos Apóstolos foram para as comunidades cristãs. Embora esse livro lhe tenha valido o título de “pai da história eclesiástica”, a historiografia de hoje não lhe perdoa o caráter apologético que Eusébio dá a sua obra, seu tratamento inadequado à heresia e sua quase total ignorância ou omissão de tudo que era relativo à Igreja Ocidental. Como historiador tem também outro livro intitulado Histórias diversas e a Vida de Constantino, panegírico que, além de importantes dados históricos, demonstra uma admiração e uma exaltação exagerada pelo papel e missão excepcionais deste imperador.
Além das obras históricas, Eusébio escreveu obras dogmáticas: Contra Marcelo e Sobre a teologia eclesiástica, na qual surge uma tendência acentuada para o arianismo, defendendo a não identidade de natureza entre o Pai e o Logos.
Seu livro apologético mais importante é a Preparação evangélica, em 20 livros, dos quais restam apenas 10. Servindo-se da rica biblioteca de Cesaréia, que herdou de seu mestre Pânfilo, acumulou um vastíssimo material de extratos de escritos gregos, cujos originais se perderam. Essa obra é regida pelos seguintes princípios:
— A filosofia e a revelação são idênticas. A verdade encontrou sua plena expressão no cristianismo que já havia surgido nos filósofos gregos.