O povo yao
Introdução
De acordo com Manuel Gomes da Gama AMARAL, na sua obra intitulada “O povo Yao (Mtundu Wayao): subsídios para o estudo de um povo do noroeste de Moçambique”, os Yao são um povo Bantu que se fixou na região entre Rovuma e Lugenda.
Persiste neles, ainda de acordo com Amaral, a tradição, também comum a muitos povos desta parte do continente, de filiarem a sua origem num acidente geográfico, normalmente uma montanha ou cadeia de montanhas. Os Yao fixam a sua origem no monte Yao, situado a sul do Rovuma.
Não têm a menor ideia da data provável dessa origem nem das circunstâncias que a determinaram; basta-lhes saber que são oriundos do monte Yao o que os satisfaz e enche de orgulho. Quando se pergunta a um notável Yao em que época teve início o seu povo no monte Yao, responde apenas: "Ciikala ca pasi mnope", isto é, "em tempos pré-históricos", e muda de assunto, não manifestando a mínima curiosidade, com o que, aliás, mostra sentido da realidade pois um povo cuja história assenta apenas na tradição oral, não pode reter factos velhos de muitos séculos.
Social
As linhagens organizavam-se localmente na base de um grupo de irmãs, suas filhas casadas e restantes filhos solteiros, todos sob chefia do irmão mais velho. Este, era o “guardiao da linhagem”, na terminologia local, Asyene Mbumba.
Os maridos (das tais irmãs), continuavam ligados à sua matrilinhagem, e iam visitar regularmente, apesar de residir com suas esposas.
Com a intitucionalização da escravatura interna, as mulheres (escravas) para além de trabalharem a terra (principalmente), eram tornadas esposas dos homens livres.
Podemos dizer que aqui se dava uma vírgiula às matrilinhagem, visto que os filhos nacidos destes casamentos, eram directamente subordinados aos pais e não aos tios maternos ou às mães tal como rezavam os usos e costumes matrilinhageiros.
Nos fins do século XVIII ou em princípio do século XIX, verificou-se entre os Yao um movimento que conduziu à fragmentação do