o povo brasileiro
O Brasil sulino é uma região muito diferente, como é diferente entre as suas próprias regiões.A sua povoação teve quatro origens básicas, culturas que resistiram, mas acabaram se mesclando. São elas: os missioneiros, os provenientes da gadaria, portugueses e açorianos e , num termo genérico, os gringos. Isso nos é contado por Darcy e Chico, por Eduardo Giannetti e Judith Cortesão e com riquíssimas ilustrações e visuais. Até eu entrei nesta história do Brasil Sulino, o meu espaço para ser um brasileiro, de origem alemã, mas cosmopolitizado. Somado este espaço, ao meu tempo, e, eis eu aí.
As Missões são algo impressionante. Se formaram pelo encontro dos jesuítas espanhóis, com um projeto bem definido, com os índios guaranis e, com este encontro, uma utopia se fez realidade. Os jesuítas transformaram índios guerreiros e de ritos antropofágicos em índios seráficos e piedosos, que confessavam diariamente as suas mais recônditas vontades e os mais profundos desejos, que por sua vez recebiam a censura e a repressão dos padres, com a triste ideia do pecado. Centenas de milhares de pessoas entraram neste projeto. O projeto de Deus estava realizado! Além de um projeto político, era também, um projeto espiritual, de conquista de almas. Judith Cortesão nos relata que este foi um dos projetos de lavagem cerebral mais bem sucedidos. Porém, um dos mais abomináveis, ao se desfazer uma visão de mundo e promover o desenraizamento cultural. O índio já não era mais índio. As Missões, um dos maiores transplantes culturais. Índios passaram a não ser mais índios.
Mas quem apanhou com este projeto espiritual, foi o corpo. Eles perderam a capacidade de lutar, de se defender. Os mamelucos bandeirantes viram estes índios e o seu trabalho disciplinado e os transformaram em presas. Formaram bandeiras, verdadeiras cidades ambulantes, com até duas mil pessoas e mais de trezentos mil catecúmenos missioneiros se transformaram em mercadoria, que