O poema um tanto erótico
Departamento de Letras e Artes
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural
DRUMMOND:
O CORPO SOLTOU-SE
Trabalho apresentado ao Profº Dr. Cláudio Cledson como atividade desenvolvida pela Disciplina Aspectos da Narrativa, do Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana.
Feira de Santana
2006
Cristiano do Nascimento Santos
O corpo soltou-se. A luz do dia saúda-o, nudez conquistada, proclamada.
Estuda-se nova geografia.
(ANDRADE, O Amor Natural. p.50)
Primeiras palavras.
Nasce em Itabira do Mato Dentro no Estado de Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902 uma criança que depois de decorridos vinte anos se transformaria num dos brasileiros mais ilustres da história do país. Seu nome é Carlos Drummond de Andrade, seu maior ofício: ser poeta. Não um poeta em meio aos muitos poetas que já existiam na sua época, mas uma poeta que tinha um demônio diferente, irrequieto dentro de si, capaz de, com “apenas duas mãos” carregar os “sentimentos do mundo”. Mundo que às vezes se revela abstrato, essencialmente sensorial; que até aquele momento só serviria (?) para manter um ritmo harmonioso, sonoro com “Raimundo”- como o foi em poema de sete faces: mundo mundo vasto mundo. /se eu me chamasse Raimundo/seria uma rima não seria uma solução. Mundo que se revela, posteriormente, também material, político, rebelde, angustioso, e não apenas mais um motivo de rima. Mundo que o poeta transformou em matéria de reflexão sobre si e todos os homens, buscando fazer uma reflexão mais profunda sobre o sujeito fragmentado, todo retorcido pelas agruras da vida e seus seqüestros.
Como um verbo radicalmente irregular, que apresenta variações em seus tempos, modos e pessoas,