O plano agache: uma análise pautada no aspecto habitacional
Uma Análise Pautada no Aspecto Habitacional
INTRODUÇÃO
Início do século XX e a cidade do Rio de Janeiro já se configura sobre o status de Capital Federal. Neste período, prosperam os investimentos do capital internacional, visando a formação das bases para o crescimento industrial e, para tanto, faz-se necessário que a cidade sofra uma remodelação urbanística. O primeiro plano diretor para a cidade do Rio de Janeiro é de autoria do francês Alfred Agache e traduz os anseios da elite burguesa urbana em ascensão, em detrimento da classe oligárquica cafeeira. O Plano Agache buscava o embelezamento da cidade, a partir dos moldes franceses, e a ocupação ordenada dos espaços, pautada no alto valor da terra. As classes populares são deixadas de lado do processo de remodelação e os aglomerados desordenados, conhecidos como favelas, são vistos como simples desvios que servem como obstáculo ao embelezamento da cidade. Contudo, a visão do urbanista acerca do processo habitacional é deveras parcial, não proporcionando soluções cabíveis à problemática das camadas populares. No presente trabalho, propomo-nos a analisar o plano diretor formulado pelo urbanista Alfred Agache, pautados, mormente na análise do aspecto habitacional. Para tanto, apresentaremos um breve panorama da cidade do Rio de Janeiro em inícios do século XX, a implementação do plano diretor na cidade e as proposições de A. Agache frente à ciência urbanista, a fim de chegar às vias da problemática habitacional.
O PANORAMA CITADINO
“A aglomeração urbana é, sem dúvida alguma, uma manifestação física, em todas as dimensões, da atividade humana.” Alfred Agache
No século XIX, a classe mais baixa da população – imigrantes pobres, ex-escravos, trabalhadores de baixos salários – concentrava-se na área central da cidade, por ser o local onde se reunia oferta de mercado de trabalho em potencial. É no final deste século que se forma a primeira favela, junto ao Morro da Providência. Este