O pensamento rangeliano e a economia brasileira: uma análise crítica

O Pensamento Rangeliano e a Economia Brasileira: Uma Análise Crítica

COIMBRA, Eric Araújo Dias[1] [e-mail] – Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Introdução

Ignácio Rangel é autor de uma vasta obra como: “Economia: Milagre e Anti-Milagre” e “A História da Dualidade Brasileira”; militou no PCB nos anos 1930, foi preso político e depois passou a atuar ativamente nos grandes círculos de discussões econômicas do país, sendo considerado um dos mais importantes economistas brasileiros, ao lado de Celso Furtado e Caio Prado Jr. Devido à amplitude de sua obra, não poderei aqui fazer uma análise abrangente, entretanto, comentarei alguns pontos do pensamento rangeliano que considero importantes para um melhor entendimento da economia brasileira. Tendo como ponto de partida a análise crítica do pensamento rangeliano, tecerei comentários sobre a questão agrária brasileira e a política econômica do governo Lula, que resultam de um modelo neoliberal globalmente consolidado. Considero que as experiências populares e socialistas na América Latina e no mundo, como o Fórum Social Mundial, o MST no Brasil, os Chiapas no México, o bolivarianismo na Venezuela, a luta indígena da Bolívia, dentre outras, representam a única alternativa para a superação do modelo neoliberal.

Considerações sobre o pensamento de rangeliano

A obra de Ignácio Rangel apóia o crescimento econômico elevado à extrema potência, como forma de superação dos problemas atuais rumo à transição para uma sociedade mais evoluída. Por isso é preciso desenvolver a economia elevando os índices de crescimento econômico, modernizando o parque industrial e tecnológico nacional, fazendo com que os empresários e industriais nacionais possam ampliar a sua produtividade, gerando empregos e aumentando as exportações do país, que consequentemente, proporcionará uma economia mais forte e uma moeda mais estável. Rangel, no entanto, se prende muito na