“O papel profissional do assistente técnico na relação cliente/perito/ juiz” - giselle câmara groeninga.
De grande valia tem sido sua experiência e formação para a abordagem destas questões, sobretudo como Assistente Técnica em processos judiciais. Agradeço aos Peritos com quem teve oportunidade de trabalhar e que muito me ensinaram e ensinam a partir de suas práticas e funções. Felizmente assistimos atualmente a uma mudança deparadigmas em que ganham espaço as ciências humanas. O paradigma anterior da disjunção entre sujeito/objeto, mente/corpo, objetivo/subjetivo, está sendo substituído pelo paradigma da integração. Neste sentido nos interessa, sobremaneira, o valor que tem sido dado à subjetividade e à intersubjetividade, antes excluídas da moldura legal na qual são interpretados os conflitos. Também como resultado desta modificação na relação entre as ciências, temos atualmente uma grande difusão da interdisciplina - o equivalente à democracia no campo do conhecimento. No campo do Direito, a mudança de paradigma e a influência interdisciplinar trouxe o que se pode denominar de humanização do Direito ou, dito de outra forma, repersonalização do Direito. De uma anterior objetividade positivista que imitava as ciências exatas, de forma quase mecanicista, passou-se a valorizar a subjetividade, o afeto, as emoções, a dignidade da pessoa humana. Com esta mudança, houve uma valorização do papel da Psicologia, que ascendeu a um lugar de poder. Poder no sentido de potência, e que necessita ser bem utilizado. Este poder/potência traz grande responsabilidade aos Peritos e Assistentes Técnicos na abordagem dos conflitos que chegam ao Judiciário. Há uma diferença entre a visão do que é o conflito para o Direito e para a Psicologia: enquanto para o primeiro refere-se à pretensão resistida, se resolvendo ao final do processo, para a segunda o conflito não se resolve porque faz parte da vida, mas sim se transforma. Quando o conflito se transforma num