O PAPEL DO BNDE NA INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL; Os anos dourados do desenvolvimentismo, 1952 – 1980
O estudo foi compilado pelos autores Maria Tavares, Hildete de Melo, Ana Caputo, Gloria da Costa e Victor de Araujo. Para maior precisão, foram consultadas, principalmente, as fontes documentais do Banco e os depoimentos do Projeto Memória (conjunto de entrevistas realizadas com pessoas ligadas a atividade do Banco). O trabalho teve como objetive analisar a criação, evolução e as transformações acarretadas pela instituição financeira do Estado daquela época, o BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico). O período analisado está compreendido entre 1950 e 1980, no qual se pode notar uma modernização do aparato industrial. Houve, durante esse processo, a proliferação de empresas estatais, aliadas ao avanço da intervenção do Estado, que o dava um caráter centralizador.
Viu-se, desde o governo de Getúlio Vargas, um pacto entre os capitais privados e estatais, conduzido pelo Estado, fato esse que deixou de acontecer na década de 1980, com a crise do Estado desenvolvimentista, na transição democrática ocorrida no Brasil.
A ideia de financiamento do processo de desenvolvimento industrial remete a Getúlio Vargas, trazida à tona também pela Missão Cooke (fruto dos Acordos de Washington, quando selou política de cooperação com o Brasil), que propunha ideias objetivando o desenvolvimento econômico. Getúlio vargas recomendava a Missão a substituir importações, melhorar tecnologia das indústrias e financiar os gastos com recursos internos.
Houve percepção da Missão Cooke a respeito do uso de verbas da Previdência Social pelo Banco do Brasil na Carteira de Crédito Agrícola e Industrial. Corwin D. Edward, membro da missão, sugeriu, então, a criação de uma agência similar, só que para o desenvolvimento. A questão foi negligenciada por algum tempo, até que, em 1942, foi analisada a questão e recomendada a fundação de um banco que financiasse o desenvolvimento.
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