o papel do assistente social
É a partir da metade da década de 50 que emerge um novo discurso sobre “os homens dos temos que virão”, espécie de puros assalariados que conquistaram suas credenciais de burguesia.
Diferentes categorias de assalariados são portadoras dessa representação: quadros médios e superiores, professores, publicitários, especialista em comunicação e, em sua camada inferior, representantes de um certo numero de profissões intermediárias, como animadores culturais, pessoal paramédico, educadores etc. Ganhando consistência, formam o que Henri Mendras chama de “constelação central” e da qual faz o núcleo de difusão da “segunda revolução francesa”.
Essa promoção da condição de assalariado atropela a oposição secular entre trabalho e patrimônio. Bons salários, posições de poder e de prestígio, liderança em matéria de modos de vida e de modos culturais, segurança contra os acasos da existência não estão mais necessariamente ligados à posse de um grande patrimônio. Em ultimo caso, as posições socialmente dominadas poderiam até mesmo ser asseguradas por “puros” assalariados, isto é, por pessoas cujos salários e cuja posição na estrutura social dependeriam exclusivamente de seu emprego.
A promoção dessas posições salariais está ligada a um desenvolvimento de setores profissionais que, particularmente no terciário, exigem títulos e diplomas. Sabe-se que o capital escolar é frequentemente ligado à herança cultural familiar, ela própria fortemente dependente do capital econômico. Esquematizando, a posse de um patrimônio, naquele momento, dispensava de se consagrar a atividades assalariadas, ao passo que a aquisição de um patrimônio, pelos trabalhadores, mesmo sendo modestos, estimulava-os a escaparem da condição de assalariado e de se estabelecerem por conta própria. Agora, a condição de assalariado e o patrimônio interferem nos dois sentidos: o patrimônio facilita o acesso a posições salariais elevadas por intermédio dos diplomas, enquanto que o estabelecimento