O livro O Pai Goriot, de Balzac, é considerado um clássico da sua coleção de obras dada como A Comédia Humana, e também um clássico da literatura realista. O Pai Goriot parece não ter a preocupação em contar uma única história envolta em um único personagem, mas sim em explorar vários personagens e explanar seus valores, modos, vida, etc. Porque, mais que ninguém, Balzac tem a genuinidade de poucos de desnudar e criticar aquela humanidade claudicante e estaferma: “Ele desata feridas morais e sociais, faz com que sejam engolidas cruas”. Essa narrativa tem como principal cenário a Casa Vauquer, uma pensão burguesa localizada em uma zona pobre de Paris. E trata, principalmente, da trajetória de Goriot, burguês e ex-comerciante; de Eugène de Rastignac, estudante de direito provinciano, deslumbrado com a sociedade parisiense; e de Vautrin, também conhecido como Engana-a-Morte, envolvido em negociações ilícitas. O pai Gorit é um homem velho e desolado, mártir por ser pai, um Jesus Cristo à prole. Ex-macarroneiro, enriquecera durante a Revolução Francesa, mas toda a sua opulência se fora à medida que suas filhas iam crescendo e a custosa sociedade parisiense ia exigindo o seu dispêndio e suntuosidade de praxe. E, para piorar, Goriot era devotíssimo às suas filhas, porque demais encanto tivera por sua falecida esposa, e esse amor redepositado nas filhas – segundo Balzac – era pior do que o primeiro, porque se tornara uma dívida impagável, um dever de chauvinista. Sempre cedera a todos os caprichos das duas únicas filhas, Anastasie de Restaud e Delphine de Nucingen, as quais pouco se importavam com o dedicado pai e só queriam sugar-lhe o máximo que pudessem. E na pensão Vauquer chacoteavam-no por saber que empobrecera para sustentar as filhas que mal lho visitavam. Eugène de Rastignac, belo mancebo e oriundo de uma família provincial modesta, é enviado a Paris a fim de estudar Direito, mas infelizmente a bambochata parisiense o seduz e logo fica deslumbrado com