O Nome Da Rosa Uma Resenha

O Nome da Rosa
O longa objetiva trazer à tona a situação em que se encontrava a sociedade europeia durante a Baixa Idade Média, período marcado pela desintegração gradual do feudalismo, ao mesmo tempo em que se formava na Europa Ocidental uma nova ordem política e econômica - o capitalismo. No contexto dessa transição, o renascimento representou um importante papel, resgatando da antiguidade clássica os valores racionais, que divergiam da ideologia teocêntrica e do dogmatismo sustentados pela Igreja Católica. O monge franciscano Guilherme de Bascerville, fortemente influenciado pelos ideais renascentistas, consegue desvendar e expor a verdade por trás dos crimes cometidos em um mosteiro italiano, onde se desenrola a surpreendente história do filme.
Num esforço em manter intacta a poderosa influência religiosa exercida pelo clero na sociedade, a Igreja tornava restrito o conhecimento e a erudição de que se tinha informação, em grandiosas bibliotecas secretas, muitas em forma de labirinto, como a representada no filme. Dessa maneira, mantinha-se a segurança de que ninguém que não fosse de inteira confiança, pudesse ter acesso a informações ou fatos que porventura suscitassem alguma dúvida ou questionamento acerca dos ensinamentos clericais.
Esse pensamento extremista levou um dos líderes da entidade às últimas consequências, por permitir que o ardor em defender suas convicções o levasse a cometer crimes odiosos contra quem ousasse aspirar a um conhecimento alternativo ao que a Igreja afirmava ser o correto. No filme, o sacerdote idoso afirma que a Comédia, fazendo referência à obra de Aristóteles, faria as pessoas rirem de Deus, o que era inadmissível. Assim, ele não hesitou em atentar contra a vida de quem ‘’desse margem aos desígnios do demônio’’, procurando conhecer o que não lhe era devido, por aplicar veneno nas páginas do referido livro.
A sequência de mortes acontece em meio a um ambiente contaminado pelos vícios, e onde se observa a ruína de um sistema