O nascimento das fabricas
O nascimento das fábricas, de Edgar de Decca
O sistema de fábricas foi imposto pela necessidade organizativa de um período histórico. A “fábrica, ao mesmo tempo em que confirmava a potencialidade criadora do trabalho, anunciava a dimensão ilimitada da produtividade humana através da maquinaria. (...) a presença da máquina definiu de uma vez por todas a fábrica como o lugar da superação das barreiras da própria condição humana.” (DECCA, 1984, p.8-9). Contudo, segundo Decca, a simples introdução tecnológica da máquina como instrumento contraposto ao trabalho vivo, hipostasiando sua capacidade criativa e submetendo-o ao julgo da máquina, não foi elemento determinante no processo de nascimento dessa nova organização social. Antes, “o surgimento do sistema de fábrica parece ter sido ditado por uma necessidade muito mais organizativa do que técnica, e essa nova organização teve como resultado, para o trabalhador, toda uma nova ordem de disciplina durante todo o transcorrer do processo de trabalho.” (DECCA, 1984, p. 25). Esta necessidade organizativa, porém, não estava sob o controle direto do trabalhador. O surgimento do capitalista e de uma classe de capitalistas, além de introduzir uma nova forma de organizar o mundo do trabalho, traz consigo todo um modo próprio