O Narrador- Mauro Wolf- Resenha
Laboratório de Jornalismo Impresso
Sebastião Figueiredo Mendes Júnior
03.04.2014
Teoria das comunicações de Massa
(Mauro Wolf)
Resenha É fato que os novos aparatos tecnológicos têm aumentado indubitavelmente a qualidade dos nossos jornais. Seja pela propriedade de imagem, ou pelo espetáculo de velocidade, o jornalismo mundial merece seu destaque. Contudo, na mesma proporção desta crescente excelência tecnológica tombamos com uma decadente natureza narrativa, ética e moral procedente dos nossos incontáveis periodistas. Muitas são as questões que podemos levantar sobre os rumos da nossa imprensa, entretanto, nesta breve resenha, iremos nos ater tão somente às observações do filósofo Walter Benjamin em algumas de suas considerações sobre as novas tendências narrativas, já formuladas na década de 1930.
Como profundo conhecedor literário, Benjamin toma por modelo as narrativas do também escritor, Nikolai Leskov, que segundo ele, possui em plenitude todas as características de um autêntico narrador. A partir daí, em seu texto, Benjamin nos surpreende com uma incrível perspicácia em descrever o antes, o durante e o depois dos gêneros literários que sempre circundaram e circundarão, de forma direta ou indireta, os corredores da nossa sociedade.
Em seu texto, é nos chamada a atenção quando o autor remonta a dois grupos de narradores, são eles os camponeses sedentários e os marinheiros comerciantes. Para Benjamim, é essencial que o narrador se enquadre em algum desses grupos. Nesse sentido, o camponês sedentário representaria a troca de experiência entre mestres e aprendizes de um mesmo ofício que desenvolviam a arte de narrar enquanto teciam seus produtos. Já o marujo, seria um autêntico contador de histórias que , segundo ele, em relevância de suas incontáveis viagens por continentes a fora desenvolvera em seu conteúdo o verdadeiro ofício