O mundo em conflito

O mundo em conflito

Os últimos dias não foram positivos dentro da história econômica mundial, principalmente quando analisamos as perspectivas das reuniões da zona do euro. Grã Bretanha não entra em acordo com o resto da União Europeia e faz com que ocorra uma paralisia nas demais relações institucionais.
A Alemanha e a França, históricas nações com interesse conflitantes e relações diplomáticas também antagônicas, bastando lembrar que a Alemanha invadiu Paris em plena Guerra Mundial, estão agora caminhando juntos.
É preciso pontuar que o caminhar junto deve ser traduzido muito mais em interesses convergentes do que simples alinhamento: a maioria dos bancos credores dos países da zona do euro estão sediados nos dois países, fazendo com que, caso haja uma quebradeira generalizada os maiores perdedores serão os dois países, que verão suas até então "solidas" instituições financeiras destruídas.
O colapso estaria instalado, e mesmo em uma economia industrializada como a da Alemanha ficaria abalada, visto que a mola mestra de um status econômico avançado é o crédito. Sem a disponibilização de crédito, complica-se a produção industrial e agrava-se o sistema.
Em se tratando de sistema econômico, este é o mais grave problema que a Europa poderá enfrentar: perda de credibilidade nos governos em resolver suas dificuldades financeiras e assim uma debilidade de todo o sistema econômico ali entrelaçado.
Pode-se debitar o prolongamento da crise da zona do Euro para o país da Rainha Elizabeth II, que vem se comportando de forma bastante anacrônica e míope. Mesmo não adotando o Euro como moeda, a Grã Bretanha participa da zona do euro e não aceita a ideia de taxar os ativos financeiros, restringir os gastos estatais e muito menos ajudar seus parceiros europeus a contornar a crise.
O problema é que, mesmo sendo uma ilha, o isolamento geográfico não é impedimento a integração econômica, e me parece que o primeiro ministro David Cameron não conseguiu enxergar que a crise européia