O mundo do espelho de narciso é um desafio ao homo sapiens?
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Vinícius de Moraes já dizia: "As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental". Nada mais poético em tempos que o padrão de beleza imposta é mais importante que o caráter, moral e ética. A busca incansável por um corpo perfeito, visando sempre a satisfação pessoal -ou a alheia-, parece contraditória quando o resultado é sempre querer mais. Parece mesmo um enigma, um desafio, ou algo similar, ao homem moderno se apaixonar pela própria imagem. A atualidade demonstra-se uma esfera de comparações. O bem-estar pessoal acaba quando o espelho reflete a imagem de um ser diferente dos padrões. E é irônico como quando, seguindo os próprios padrões atuais, comparando-se o contemporâneio com o passado, é visto um diferente desfecho para uma história já conhecida, o mito de Narciso. Enquanto um ser se odeia frente a seu reflexo, outro morreu tentando alcançar a imagem que refletia. Além da busca pela aparência física exemplar, há também a insegurança, que acompanha esse comportamento incansável. E, como consequência, há também o medo, que acompanha tudo isso. Esse faz com que pessoas ajam de forma imoral e anti-ética visando a própria satisfação pessoal, independente de qual for. O homem moderno vive de aparências, mas não consegue alcançar a ideal, pois esta sempre parece inatingível e mutável a todo tempo. Dessa forma, o homem vive, assim como Narciso morreu, tentando alcançar uma imagem que considera perfeita. No entanto, Narciso via seu reflexo como algo além do normal, muito melhor, enquanto o homem vê seu reflexo como algo aquém. Então, o grande desafio do ser humano contemporâneo é vive em um mundo em que esse seja apaixonado pela sua própria