O milagre Régio na época das lutas religiosas e do absolutismo

Cap 5 – O milagre Régio na época das lutas religiosas e do absolutismo
As realezas taumaturgicas antes da crise
O capítulo se inicia mostrando dados sobre os milagres régios, incluindo livros de contas estabelecendo o número de fiéis que foram tocados por seus reis, primeiramente na França. Os números são exatos, porém há poucas informações que nos digam de onde os escrofulosos vinham e quem eram, sendo a maioria anônimos. Havia, dentre eles, vários estrangeiros, e a maioria deles eram espanhóis, os quais eram rivais políticos da França. É importante notar que as divergências políticas entre os dois países não sobrepujaram a fé dos escrofulosos, os quais, independente dos atritos de seus governantes, se misturavam em paz para buscar a cura régia. A partir disso, dissipa-se a fama do milagre Francês que, mais tarde, gerará mais conflitos.
Na França, o ritual das escrófulas ganha regularidade e novas solenidades. Quando os enfermos chegam, são direcionados a esmolaria e recebem algum auxilio para que sobrevivessem durante sua estadia, ou eram persuadidos a se retirarem da cidade e só voltassem no dia da cerimônia.
A cerimônia pouco mudou desde a idade média, tendo apenas alguns adicionais, como a frase “O rei te toca e Deus te cura” a partir do século XVI e que dura até o fim da monarquia.
Na Inglaterra o quadro é semelhante. Os reis ingleses, principalmente no século XVI, possuíam fama imensa da cura do mal régio.
A cerimônia, por sua vez, era semelhante ao rito francês, porém diferente em alguns aspectos, como o fato do rei ficar sentado em seu trono e receber um a um os escrofulosos. Entretanto, o paciente se encontrava duas vezes com o rei. Primeiro o rei pousava as mãos nuas sobre as feridas, e na segunda vez fazia sobre as chagas o sinal da cruz com uma moeda de ouro em mão que logo em seguida era pendurada no pescoço do enfermo. Essa moeda se tornou um símbolo para o rito, pois era um incentivo e um donativo. A moeda se chama Angel, e a partir do