O Mestre E Os Outros
Português – 12.º ano
O Mestre e os Outros
CAEIRO E REIS
- Aconselham a aceitar calmamente a ordem das coisas.
- Elogiam o viver campestre, indiferentes ao social, convencidos de que a sabedoria está em gozar a vida pensando o menos possível.
Mas:
Caeiro:
- Homem ingénuo, aberto, expansivo, contente por natureza.
- O prazer vem ao seu encontro, prazer de ver e de sentir-se existir.
- O próprio estilo dos seus versos, descritivo ou discursivo, é quase prosa, caminha direito e desenvolto, sem custo, sem nada que embarace a sua naturalidade.
- Está na posse de uma verdade absoluta que lhe impõe a discussão com os metafísicos; as suas teses principais são o primado do exterior, a variedade maravilhosa do real, o erro de imaginar ou filosofar inventando mundos falsos.
- É uma inteligência primitiva genial, bebe na fonte pura da sabedoria instintiva, daí um aparente descuido estilístico, uma certa infantilidade no seu discurso.
Reis:
- É um homem de ressentimento e cálculo, um homem que se faz como faz laboriosamente o seu estilo.
- Experimenta a dor da nossa miséria estrutural, sofre com as ameaças inelutáveis e permanentes do
Fatum, da Velhice e da Morte.
- Sofre e vive o drama da transitoriedade, doendo-lhe o desprezo dos deuses, daí ele buscar o refúgio dum epicurismo temperado de algum estoicismo, tal como em Horácio, seu modelo literário.
- Vai à conquista do prazer relativo, sempre toldado pela tristeza de saber que o é; constrói, para si, uma felicidade relativa, mista de resignação e moderado gozo dos prazeres que não comprometem a sua liberdade interior.
- O seu objetivo é fazer desaparecer a dor construindo o seu próprio destino no restrito âmbito de liberdade que lhe é dado.
- Sentindo-se estrangeiro no mundo, incomunicável, recolhe-se com orgulho ao castelo interior.
- É um civilizado, um “pagão da decadência”, posterior ao cristianismo.
- Austero e contido, cultiva um estilo elegante e cuidado, de formação clássica e