O melhor do Brasil é o brasileiro
Jorge Almeida2 e Sante Scaldaferri
Este trabalho analisa peças para TV e o site do movimento “O melhor do Brasil é o brasileiro”, particularmente da sua primeira campanha “Eu sou brasileiro e não desisto nunca”, espécie de “Parceria Público-Privada” de marketing político entre o Governo
Federal e a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes)3. Segundo o site da ABA, seu objetivo seria “resgatar os níveis de auto-estima do brasileiro” e em maio de 2005 já contava com a adesão de 287 empresas (privadas e estatais, da mídia -como emissoras de
TV e agências publicitárias- e outros ramos) e organizações da sociedade civil, numa aliança publicitária com o governo. Aliança esta que não deixa de assumir um caráter político, como veremos mais adiante. Esta campanha está dentro do tema “O melhor do
Brasil é o brasileiro”, o que significa dizer que o governo poderá utilizar outras campanhas deste tipo dentro do seu marketing estratégico.
Sobre o lançamento, o site da ABA4 diz que,
“realizado na manhã de 19 de julho [de 2004], em São Paulo, com a presença do presidente da República, cinco ministros e outros importantes dirigentes públicos, presidentes e diretores de grandes empresas anunciantes, líderes do mercado publicitário e dos veículos de comunicação, a imprensa e representantes de organizações da sociedade civil, o evento foi o ponto de partida do movimento de mobilização nacional em prol da valorização da auto-estima do brasileiro”.
No texto “Evolução de imagem e marketing nos 18 meses do governo Lula”
(Almeida, 2004) já se levantava a hipótese de que
1
Trabalho apresentado ao NP 03 - Publicidade, Propaganda e Marketing, do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da
Intercom – XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Rio de Janeiro, UERJ, 5 a 9 de setembro de 2005.
2
Jorge Almeida é Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Facom-UFBA e professor