O manifesto comunista
I – Burgueses e proletários
Durante a história escrita, classes antagônicas de opressores e oprimidos resultaram em lutas que conduziram sociedades a uma revolução ou ao declínio. Assim foi com homens livres e escravos, patrícios e plebeus, senhores e servos, mestres e companheiros. Servos da Idade Média constituíram a burguesia. As grandes navegações e o colonialismo estimularam o comércio. Dos mestres-artesãos surgiu a manufatura e o estamento médio industrial. Os mercados se expandiram. A revolução industrial com a maquinaria desencadeou a grande indústria e os burgueses modernos. Criou-se o mercado mundial estimulando os transportes e a comunicação. Concomitantemente às revoluções de produção, a burguesia provocou alterações políticas. Determinou as comunas –cidades nascentes de administração autônoma- na Itália e na França, a república urbana independente na Itália e na Alemanha, o terceiro estado na França e a própria formação da época absolutista. Tamanha foi sua força que, diz Marx, ‘’O poder político do Estado moderno nada mais é do que um comitê para administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa’’. O respeito e a veneração que configuravam na Idade Média uma característica das relações entre pessoas caíram por terra e foram substituídos por uma ênfase comercial despudorada. A burguesia inseriu na sociedade o contínuo revolucionamento da produção, o implemento tecnológico, o caráter cosmopolita, a livre concorrência e o mercado mundial impondo suas táticas de desenvolvimento –‘’cria o mundo a sua semelhança’’-. ‘’Aglomerou a população, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos’’ favorecendo a centralização política em nação, governo, legislação, interesse nacional e barreira alfandegária. No entanto, afirma Marx, ‘’Há mais de uma década a história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças produtivas modernas contra