o lugar do professor
Só a ação é prerrogativa exclusiva do homem; nem um animal nem um deus é capaz de ação, e só a ação depende inteiramente da constante presença de outros
Cada um tem, ou pelo menos deveria ter um lugar que é seu e do qual não pode abrir mão . Quando alguém se destitui , é destituído ou permite ser destituído de seu lugar, torna-se muito difícil a recuperação de sua identidade original. O destituído de seu lugar, não sabe de onde fala e nem qual a causa a ser defendida, permitindo a disparidade entre o que faz e o que deveria fazer. Relação essa que pode provocar confusão, decepção e desorientação por parte daquele que procura quem fala de um lugar determinado e que sabe exatamente o que deve ser defendido como discurso, ou seja, de alguém que pode ser identificado como um referencial, (mesmo que esse se ache sem condições para tal) . A questão do referencial e da projeção é mais de escolha de quem projeta do que daquele que foi projetado. A este último cabe o respeito à imagem que foi feita de si, bem como a acolhida daquele que assim o fez. A resistência e/ou a negação dessa constituição de sujeitos, pode ser maléfica a ambos.
Nas relações inerentes à atuação do professor é comum surgirem identificações com sua figura. Muitas vezes, o aluno não se identifica com o professor, mas com suas variadas formas de se manifestar nas relações diárias. É possível e até compreensível que as referidas identificações sejam respeitadas e articuladas como características das relações humanas. No entanto, ao se escolher a categoria professor, já está colocado um pressuposto de discussão : O professor e não suas performances.
Em seu exercício o professor vem, muitas vezes, com sua permissão ou não, sendo substituído por uma nova personagem, uma para cada ato, ou quem sabe, todas de uma vez no palco da sala de aula ou da escola. Para que seja aceito ou valorizado - se é que se pode chamar isso de valorização-