O longo do século XX
Em “O Longo século XX”, Arrighi faz uma análise de como se deu e quais foram as hegemonias que se instauraram do século XV ao XX. Partindo da idéia de hegemonia e do sistema mundo, em que há uma divisão mundial entre centro-periferia. O autor caracteriza cada uma dessas hegemonias, comparado-as e acompanhando-as em seu desenvolvimento ao longo dos séculos.
O termo “hegemonia mundial”, tratado pelo autor como a capacidade de um Estado exercer liderança e governo sobre outras nações é discutido inicialmente. O mesmo termo também é tratado como sendo designado como forma de “dominação” e “liderança intelectual e moral”, esta segunda caracterização coloca a hegemonia como uma forma de coerção e consentimento em que se é utilizada a força sempre que necessário para consegui-la, segundo Antonio Gramsci, como aparece no trecho seguinte:
“(...) a supremacia de um grupo social manifesta-se de duas maneiras, como ‘dominação’ e como ‘liderança intelectual e moral’. Um grupo social domina os grupos antagônicos, que ele tende a ‘liquidar’ ou subjugar, talvez até pela força das armas, e lidera os grupos afins ou aliados. Um grupo social pode e, a rigor, já deve exercer a ‘liderança’ antes de conquistar o poder governamental (essa é, de fato, uma das principais condições para conquistar tal poder); posteriormente, ele se torna dominante ai exercer o poder, mas, ainda que o detenha firmemente nas mãos, também tem que continuar a ‘liderar’.”(Gramsci,1971, p. 57 – 8)
O autor ao partir da idéia de sistema-mundo, apresenta que os Estados nacionais se relacionam como numa “anarquia ordenada”, ou seja, as nações se relacionam com seus próprios princípios, regras e procedimentos, sem possuírem um governo central que as governe. Outro termo importante usado por Arrighi é o chamado “caos sistêmico”, este que consiste em um conflito entre Estados