O livro
Antes de morrer, o filósofo Quincas Borba – dono de um cachorro com o mesmo nome que o dele – deixou um testamento em que passava todos os bens para seu amigo, o professor Rubião. A única condição era que este deveria para sempre cuidar do cão Quincas Borba.
Rubião, é claro, ficou contente com a consideração do amigo – e mais ainda por seu súbito enriquecimento! Decidiu abandonar a cidade de Barbacena para viver no Rio de Janeiro, capital do Império. Ao chegar lá, fez amizade com Palha e sua adorável esposa Sofia.
Os dias de Rubião se passavam em meio a reuniões sociais com amigos, leituras de jornais, comentários sobre a vida alheia, almoços com um grupo de admiradores, prováveis candidaturas políticas e seu encanto pela mulher de Palha. O Rio de Janeiro foi palco de suas dúvidas e crises, na vida confortável que levava em uma casa cheia de empregados a sua disposição.
As coisas caminharam bem até que Rubião teve seu primeiro surto psicótico. A loucura – que outrora acometeu o homem Quincas Borba – foi de encontro ao seu herdeiro, sendo possível fazer uma análise dos valores que regem as amizades. Enquanto rico e lúcido, não faltavam bajuladores. Aos poucos, as únicas riquezas que restaram a Rubião – que pensava ser Napoleão Bonaparte – foram a companhia e a lealdade do espalhafatoso cachorro Quincas Borba.