o livro de jó
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O Livro de Jó
Introdução1
O título do livro traz o nome do seu protagonista, que é apresentado como um sábio justo, que não é hebreu, mas habitante de um país denominado Hus (cf. Jó
1,1; Gn 10,23; 22,21; 36,28).
É difícil encontrar uma tradução para o nome bAYai, () que seria oriundo da raiz by:a' (), que significa "ser inimigo" e poderia soar como inimizade – inimigo inveterado. Existem duas idéias possíveis: uma oriunda da forma ativa e outra da forma passiva. Na primeira, Jó poderia soar como aquele que tem uma reação de inimizade inveterada frente a Deus. Na segunda, Jó seria a vítima da cruel aposta entre Deus e Satã. Existem outras formas ou possíveis soluções, mas não oferecem uma melhor compreensão para o nome.
"É muito mais provável que o nome não tenha nenhum sentido literário e deva antes ser visto como nome de uma antiga personagem cuja conduta na tribulação a tornou exemplo digno da atitude de um homem justo para com o sofrimento." (cf.
Tg 5,11).2
Outro dado importante, diz respeito ao estado de conservação do texto e as versões existentes. O livro de Jó continua sendo, do ponto de vista textual, o livro do Antigo Testamento que mais dificuldades oferece aos estudiosos. É a obra mais difícil de ser traduzida. Este juízo confirma-se devido às diferenças existentes nas versões antigas e nas modernas.
O TM, é consideravelmente mais longo que a LXX. Esta versão possui cerca de 100 versículos a menos. Isto não quer dizer que a LXX seja mais antiga que o
TM. Existem muitos hápax legomena no livro, isto é, termos que são "ditos uma só vez" e muitas palavras raras. Alguns acreditam que a tradução grega considerou desnecessária traduzir algumas partes do texto.
Quanto à PESHITA3, por ser uma tradução do hebraico, é útil para esclarecer alguns pontos obscuros. O TARGUM oferece numerosas curiosidades, mas não ajuda na compreensão do hebraico. A VULGATA deve ser utilizada, também, com
considerável