O legado cultural indígena na sociedade brasileira
"O caboclo", Jean Baptiste Debret
O legado cultural indígena na sociedade brasileira iniciou-se com a própria conquista portuguesa, quando os índios ensinaram os colonizadores a alimentarem-se com os frutos da terra. Assim, iniciou-se o consumo pelos portugueses da mandioca, do milho, da batata-doce, do amendoim, da abóbora, do abacaxi, do caju, da pimenta, do mamão, entre outras iguarias que tanta alegria produzem no paladar do brasileiro. Quem nunca saboreou um mingau de fubá ou um peixe assado ou cozido? Como esquecer as delícias do beiju, da tapioca, da paçoca e da canjica? Quantas vezes você matou a sede bebendo um guaraná ou um mate? Essas bebidas eram desconhecidas dos europeus, mas amplamente consumidas pelos indígenas!
O branco incorporou também diversas técnicas adotadas pelos indígenas. Podemos destacar: a pesca por tarrafa, a coivara dos campos (consiste em clarear os campos com fogo e hoje é mais conhecida como queimada) e o mutirão, originado da prática tupi de realização coletiva de determinada atividade necessária para a manutenção da organização da tribo.
A medicina também utilizou-se da sabedoria indígena para auxiliar na cura dos homens. A quinina, empregada para a malária, ainda hoje é utilizada como medicamento básico. A copaíba, que os tupis utilizavam para curar feridas, igualmente continua a ser utilizada. Podemos citar, ainda, o curare, usado como anestésico, e a pajelança (invocação dos espíritos para efetivar a cura de doenças), praticada mediante a intermediação dos pajés.
A economia industrial europeia, desde as últimas décadas do século XIX e ao longo do século XX, utilizou o tabaco, do qual os índios foram os primeiros consumidores para fins cerminoniais. O algodão, como insumo industrial, tornou-se básico na expansão da produção de tecidos.
Também o folclore foi e ainda é marcado por mitos indígenas. Destacamos o curupira, que protegia a caça e a natureza,