O informante
Direção: Michael Mann
EUA - 1999
Por Simone Pallone
Uma disputa entre o homem forte do departamento de pesquisa e desenvolvimento de uma grande empresa da indústria do tabaco e todos os principais empresários do setor em torno de informações preciosas para a saúde pública, mas também extremamente valiosas para este setor industrial é a tônica de O informante.
Baseada em fatos reais, que levaram a indústria do tabaco a pagar mais de US$ 246 trilhões em indenizações nos Estados Unidos, a história gira em torno de um cientista que, após sua demissão da empresa por se recusar continuar compactuando com ela após a constatação, por meio de experimentação científica, de como o método de produção do cigarro perpetuava o vício da nicotina, passa a ser perseguido por seus antigos empregadores. Estes, são receosos de que ele viesse a revelar o segredo para a população, o que abalaria significativamente os negócios.
Apoiados em um termo de confidencialidade assumido por Jeffrey Wigand - representado por Russel Crowe, em excelente atuação - os advogados da empresa tentam pressionar o cientista por meio de ameaças de corte de benefícios prometidos na rescisão de contrato. Mesmo incomodado com a postura de desconfiança da empresa, o cientista se mostra totalmente decidido a prezar o trato assumido, a despeito de seu senso de responsabilidade com a verdade, da consciência da injustiça que estava sofrendo e das dificuldades pelas quais atravessaria a partir daquele momento.
Mas o encontro do personagem com o produtor de um programa televisivo de grande audiência nos Estados Unidos, e a intensa pressão da empresa sobre para que assine outros documentos que garantam o seu silêncio, levam o cientista a refletir sobre a sua responsabilidade com relação ao segredo que guardava. Mas também sobre todas as conseqüências que iriam recair sobre sua situação trabalhista, financeira e familiar caso quebrasse sua palavra.
O filme mostra como um mecanismo de