O inconsciente
A fundamentação da teoria psicanalítica se dá através do conceito de que existem processos mentais inconscientes, entretanto, o interesse de Freud por essa suposição nunca foi de natureza filosófica, uma vez que sendo ele um neurologista, se dedicou muito aos estudos da fisiologia, a fim de desvendar os mistérios dos processos mentais, contudo, era inevitável que encontrasse problemas filosóficos, porém seu interesse era prático, segundo ele, era essencial fazer essas suposições para tentar explicar esse fenômeno no qual ele se defrontava. Seus professores, como Meynert, na medida em que se interessavam pela psicologia, orientavam-se pelos conceitos de J.F Herbart, no qual uns de seus livros eram usados na escola secundária que Freud freqüentou, mesmo com o reconhecimento dos processos mentais inconscientes no sistema de Herbart, Freud não o adotou de imediato nas primeiras fases de suas pesquisas psicopatológicas.
Freud adotou um método neurológico de descrição dos fenômenos psicopatológicos, e escrevia tudo a Breuer por meio de cartas, ele ficou fascinado com a possibilidade de descrever uma psicologia a partir de ingredientes puramente neurológicos, onde se dedicou vários meses do ano de 1895 para a realização desta tarefa. Dentro desta visão, a sua produção visava descrever e explicar o comportamento humano normal e patológico, por meio de seus estudos sobre o processo fisiológico dos sistemas neuronais. Porém, muitas razões contribuíram para que o projeto não fosse concluído e para que sua linha de raciocínio por trás deste projeto fosse abandonada, um dos motivos para que isso ocorresse foi que Freud o neurologista, estava sendo descolado pelo Freud o psicólogo, assim ficava cada vez mais claro que todo o mecanismo dos sintomas neuronais eram demasiadamente grosseiros para lidar com as sutilezas que estavam sendo trazidas a luz pela análise psicológica, essas sutilezas que só poderiam ser explicadas através dos processos mentais. Alguns