o inconsciente
O inconsciente - a principal descoberta de Sigmund Freud, que brotou da experiência no tratamento com seus pacientes. De acordo com Laplanche e Pontalis, em seu “Vocabulário da Psicanálise”, Freud demonstrou que o psiquismo não é redutível ao consciente, e que certos conteúdos só se tornam acessíveis à consciência depois de superadas certas resistências. E que os sintomas são derivados de pensamentos que são eficientes, mas que não são acessíveis à consciência. O inconsciente não seria uma segunda consciência, mas um sistema com conteúdos, mecanismos e energia específicos, que se formaria quando o recalque opera a primeira divisão no sistema que engloba o pré-consciente/consciente. Entre os conteúdos do inconsciente estão as representações inconscientes, que são a forma como o objeto se inscreve no sistema de memória. Também se encontram nele conteúdos de desejo que foram recalcados, que foram repelidos pelo sujeito, uma vez que a realização destes provocaria desprazer em relação a outros tipos de exigências, incompatíveis com esses desejos. Existem também conteúdos que são filogeneticamente herdados pelo sujeito, isto é, estão no inconsciente de toda a humanidade. Além dos sintomas, os pensamentos recalcados no inconsciente podem provocar outras formações: sonhos, lapsos e atos-falhos. Estas são constituídas por formações de compromisso, meio pelo qual o recalcado pode ser admitido no inconsciente. As representações recalcadas são deformadas, tornando-se irreconhecíveis, possibilitando, assim, a satisfação do desejo inconsciente e as exigências da defesa do sujeito. Os sonhos foram para Freud o caminho para a descoberta do inconsciente, conforme realatou em seu livro “A Interpretação dos Sonhos” de 1900. Uma das causas da obscuridade dos sonhos e sua distorção se devem à forma como opera a linguagem do inconsciente, que é bem diferente da linguagem consciente. Freud denominou condensação a capacidade do sonho de combinar muitos elementos