O inconsciente evoluiu junto com a cultura?
CURSO À DISTÂNCIA
O INCONSCIENTE EVOLUI
JUNTO COM A CULTURA ?
(FREUD E LACAN)
LIÇÃO 1
Lição 1
Dá para provar que existe o Inconsciente?
Quando você viajar para Paris, se quiser uma sugestão, vá hospedar-se no Hôtel du Brésil, duas estrelas, bem razoável. O elevador, recentemente instalado, só comporta duas pessoas magras e uma mala. A rua Le Goff, n° 10, é fácil de achar. Ao lado da Sorbonne, em frente ao Panthéon, a poucos metros do Jardin de Luxenbourg, a poucas quadras da Catedral de Notre Dame. É o famoso Quartier Latin, reduto dos intelectuais, no coração de Paris. É emoção pura. Mas, o que tem isso a ver? Basta ler a placa de bronze na frente do hotel:
Para quem tem faro psicanalítico, dá para sentir o cheiro do charuto de Freud nos corredores, pois ele se hospedou ali, de outubro de 1885 a março de 1886. E não foram seis meses de férias, como veremos. De uma família de poucos recursos, aos seis de maio de 1856,
Freud nasceu em Freiberg (ou Pribor, em língua eslava) na Morávia,
(República Tcheca), mudando-se para Viena aos quatro anos, e permanecendo aí até 1938, quando se refugiou em Londres, fugindo da perseguição nazista. Faleceu em 1939, aos 83 anos.
Vindo ao mundo envolto na membrana amniótica e com muito cabelo, sua mãe o apelidou de pretinho. Foi logo circuncidado, recebendo educação judaica não tradicional, sem praticar nenhuma religião durante toda a vida. Seu pai Jacob era comerciante de lãs, e teve dois filhos de um primeiro casamento, nenhum do segundo.
Quando se casou com Amália, sua terceira esposa, já era avô de um garoto de um ano, o que fez com que Freud, primogênito de uma série de oito filhos, já nascesse tio de um sobrinho mais velho, fato de que não se orgulhou nem um pouco. Mas ele gostava muito era de sua governanta, apelidada de Nannie, a qual, sendo católica, o levava a visitar igrejas, falava do bom Deus, arejando a cabeça de Freud com outras idéias além do judaísmo. Há indícios de que ela o