O HOMEM PÓS-MODERNO E A FRAGILIDADE DAS IDENTIDADES EM ROMANCES DE JOSÉ SARAMAGO
ROMANCES DE JOSÉ SARAMAGO
“[...] será que, neste tempo de violência e frivolidade, as
‘grandes questões’ continuam a roer a alma, ou o espírito, ou a inteligência (‘moer o juízo’ é uma expressão com muito mais força) daqueles que não querem conformar-se?”
José Saramago
Francisco Wilton Lima CAVALCANTE
Odalice de Castro SILVA
Universidade Federal do Ceará
O objetivo deste estudo é analisar as obras Ensaio sobre a cegueira (1995) e O homem duplicado (2002), de José
Saramago – doravante referidas, respectivamente, pelas siglas ESC e HD –, intentando destacar as características do homem pós-moderno e a configuração de sua identidade. Para as reflexões desta pesquisa, recorremos a obras de alguns estudiosos que se debruçaram sobre a pós-modernidade, como Bauman (1999, 2001, 2005), Hall (2006) e
Kujawski (1991). Após discussão sobre esses estudos, realizamos uma análise interpretativa das obras de Saramago.
Palavras-chave: Leitura. Literatura Portuguesa. Pós-modernidade.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este estudo é um dos resultados de nosso Projeto de Pesquisa, em andamento desde
2010, sob orientação da profa. Dra. Odalice de Castro Silva, no Grupo de Estudos Espaços de
Leitura: Cânones e Bibliotecas. O objetivo desse Projeto é analisar a representação da sociedade contemporânea na obra de José Saramago, mormente em algumas das obras do conjunto de romances caracterizados pela visão distópica iniciado com Ensaio sobre a cegueira (1995).
Devido ao curto espaço, limitar-nos-emos a breves considerações, as quais podem ser complementadas com outros estudos de nossa autoria (CAVALCANTE, 2011, 2012a, 2012b), apresentados e divulgados desde 2011.
Iniciamos este estudo com uma breve reflexão sobre a ideia de pós-modernidade; em seguida, refletimos sobre a identidade do homem pós-moderno baseando-nos em alguns estudos; por fim, concentramo-nos nas ideias de Saramago sobre essas questões e fazemos