O Guarani
O romance é passado por volta do século XVII, em 1604. D. Antônio Mariz, um fidalgo português, pai da heroína Ceci (Cecília), que teria participado na fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1567.
Ele decidiu permanecer no Brasil após derrotas portuguesas sofridas em Marrocos. Assim, ele fixa-se no Rio de Janeiro em terras que foram oferecidas por Mem de Sá como retribuição a serviços prestados à Coroa. A casa de D. Antônio é construída tendo-se como modelo os castelos medievais europeus e ele passa a viver lá com sua família, criados e outros companheiros. A propriedade fica localizada na Serra dos Órgãos, às margens do Rio Paquequer, umafluente do Rio Paraíba, e esse é o local em que se dará a ação do romance.
A propriedade de D. Antônio Mariz é organizada de acordo com os modelos coloniais portugueses e segue um código cavalheiresco de vassalagem medieval, sendo que os criados juram lealdade eterna a seu senhor. Assim, o clima na propriedade é de um espírito patriótico e leal à Portugal. Lá habitavam, além de família, cavaleiros, aventureiros, fidalgos e até mercenários em busca de ouro e prata.
Esses eram liderados pelo ex-freiÂngelo diLucca, que agora atendia pelo nome de Loredano. Este era um homem desalmado que abusava da familiaridade de D. Antônio e planejava destruir a família desse e raptar sua filha Cecília. Mas, ela estava muito bem guardada pelo índio Peri, o herói da história. Ele havia salvado Ceci de uma avalanche de pedras e conquistou a amizade e gratidão tanto da moça quanto de seu pai.
Em certo momento, o filho de D. Antônio mata uma índia da tribo aimoré por acidente numa caçada, o que deixa a tribo enfurecida e com sede de vingança. Então, dois índios aimorés vigiam Ceci enquanto a moça se banhava e se preparam para mata-la, quando são mortos pelas flechadas certeiras de Peri. Uma índia aimoré que viu todo o ocorrido relata os fatos para sua tribo, e isso acaba desencadeando uma guerra entre a família de D. Antônio e os