O grupo que nao era equipe
Alberto fez carreira em empresa de consultoria antes de ser contratado como diretor de planejamento da empresa Kinder Joy, fabricante de brinquedos infantis. O Presidente, João Batista, neto do fundador, exercia as funções de presidente do conselho de administração e disse a Alberto que sua missão seria elaborar um plano estratégico para a empresa retomar o crescimento dos lucros, que vinham caindo nos últimos três anos por causa de inovações dos concorrentes, especialmente das empresas de alta tecnologia e das importações da China. Deu-lhe o prazo de cinco meses para apresentar o plano. Alberto criou logo um comitê constituído pelos principais responsáveis pelas áreas funcionais da empresa para colaborar na formulação do plano. Todos se mostravam dispostos a colaborar, exceto o diretor de marketing, Luiz Carlos, que era justamente o executivo mais elogiado por João Batista. Disse ele, ao confiar a missão a Alberto, que o conhecimento que Luiz Carlos tinha da empresa seria essencial à formulação do plano.
Alberto começou os trabalhos pedindo a cada um que expusesse seu ponto de vista sobre a situação da empresa e a melhor maneira de fazê-la voltar a lucrar em curto prazo. Todos expuseram a situação da sua área funcional, com algumas sugestões específicas para melhorar sua eficiência, mas sem muita ênfase na situação geral da empresa.Luiz Carlos contestou sistematicamente as sugestões apresentadas, argumentando que elas não resolveriam o problema da empresa, chegando, às vezes, a ironizar seus colegas. No entanto, mostrava conhecer profundamente os processos e técnicas da empresa.Ao ser solicitado a fazer sua apresentação, Luiz Carlos respondeu que não teria tempo para essa tarefa nos próximos três meses, pois tinha outros assuntos que exigiam prioridade. Sem a colaboração de Luiz Carlos e com o desânimo do grupo, era difícil chegar a algum plano satisfatório. Na realidade, todos estavam interessados, mas a