O filme “O Gosto dos Outros” apresenta personagens muito particulares, com gostos e atitudes divergentes, interagindo entre sim e os resultados dessas relações aparentemente duvidosas. O foco central da obra é a interação entre pessoas de “universos sociais” diferentes, baseado, sobretudo nas relações triangulares, por assim se dizer, mostrando a relação extraconjugal de um empresário com uma atriz e professora de inglês nas horas vagas e do casal Frank e Marnie no qual foram apresentados por um amigo em comum, Bruno, ex-namorado de Marnie. O diretor propõe uma discussão sobre até onde o amor pode chegar no papel de derrubar essas diferenças sociais e culturais. Uma avaliação sociológica deste filme instiga uma interpretação das estruturas sociais, uma vez que o mesmo utiliza em cena sentimentos que expõe as diferenças de práticas produzidas por essa diferenciação social. As diferenças produzem barreiras sociais as quais têm de ser vencidas pelos personagens pelo bem das interações entre eles, no caso, relações amorosas. Tomar-se-á por base desta interpretação sociológica a produção intelectual do sociólogo Pierre Bourdieu, em especial sua obra “Razões Práticas: Sobre a teoria da ação”. O mundo social, para Bourdieu, deve ser compreendido através de três conceitos fundamentais: campo, habitus e capital. Bourdieu admite que existem no mundo social estruturas objetivas que podem dirigem ou coagem a ação e a representação dos indivíduos. Entretanto tais estruturas são construídas socialmente assim como esquemas de ação e pensamento, denominados pelo sociólogo “habitus”. Uma das mais importantes questões na obra de Bourdieu se centraliza na análise de como os agentes incorporam a estrutura social e as produzem, legitimam e reproduzem. Baseado nos estudos de Bourdieu pode-se aplicar suas conclusões para uma melhor conclusão acerca do filme. O bem-estar das relações na obra estão a mercê da adaptação dos personagens às diferenças derivadas das