O genocídio em Ruanda

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Conforme sabemos, a ação imperialista no continente africano foi responsável por várias situações de conflito entre as populações nativas. Um dos mais lamentáveis frutos desse tipo de intervenção se desenvolveu quando os belgas, no início do século XX, se instalaram na região de Ruanda. Ali temos a presença dos tutsis e hutus, duas etnias que há muito ocupavam a mesma região.

Do ponto de vista cultural, tutsis e hutus partilhavam de uma série de similaridades por falarem a mesma língua e seguirem um mesmo conjunto de tradições. Contudo, quando os belgas chegaram à região, observaram que estes dois grupos étnicos se diferenciavam por conta de algumas características físicas. Geralmente, os tutsis têm maior estatura, são esguios e tem um tom de pele mais claro.

Na perspectiva dos belgas, essas características eram suficientes para acreditarem que os hutus – mesmo sendo a maioria da população – seriam moralmente e intelectualmente inferiores aos tutsis. Dessa forma, os imperialistas criaram uma situação de ódio e exclusão socioeconômica entre os habitantes de Ruanda. A política distintiva dos belgas chegou ao ponto de registrar nas carteiras de identidade quem era tutsi e hutu.

Na década de 1960, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação, ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi.

Pressionados pelo revanchismo, os tutsis abandonaram o país e formaram imensos campos de refugiados em Uganda. Mesmo acuados, os tutsis e alguns hutus moderados se organizaram politicamente com o intuito de derrubar o governo do presidente Juvenal Habyarimana e retornar ao país. Com o passar do tempo, esta mobilização deu origem à Frente Patriótica Ruandense (FPR), liderada por Paul Kagame.

Na década de 1990, vários

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