O funcionalismo
A visão de Franz Boas acerca do trabalho antropológico fez surgir uma corrente de pensamento conhecida como funcionalismo. Partindo do princípio de que qualquer sociedade possui sua lógica de integração e é composta por partes interdependentes, este sistema social se define pela função de satisfazer suas necessidades de alimentação, defesa e habitação. Assim, podemos compreender uma sociedade como não primitiva por não comungar do casamento monogâmico, mas saber que a poligamia se executa por ser importante na manutenção desta mesma sociedade.
Para poder conhecer realmente estes povos e o funcionamento de sua organização social, é necessário usar um método de pesquisa que possa ser capaz de dar conta de todos os detalhes, por mais insignificantes que possam parecer. O método adotado foi o do trabalho de campo, sugerido por Boas, e que aqui ficou sendo conhecido como método da observação participante. Consiste na inclusão do pesquisador na realidade social em estudo, para poder captar as informações do objeto de estudo em questão sem correr riscos de se deixar levar pelo etnocentrismo (achar seu povo superior aos outros) ou mesmo pelo eurocentrismo (considerar a sociedade europeia como modelo e padrão social).
Buscando superar os resultados preconceituosos e racistas obtidos pelos evolucionistas, a teoria funcionalista tem as condições para apresentar uma concepção mais científica das sociedades e povos diferentes da cultura europeia. Seus principais autores são o polonês Bronislau Malinowski (1884-1942) e o inglês Alfred Radcliffe-Brown (1881-1955).
O ESTRUTURALISMO
Vimos até aqui como a Antropologia procurou respostas objetivas para poder entender os povos africanos e asiáticos, por causa do processo de expansão neocolonialista. Também estudamos que as diferenças entre estes povos e os europeus eram significativas. Assim, foram elaboradas teorias sociais que esclareceram como estes povos organizavam suas relações sociais e