Desenvolvimento
Historicamente herdamos essa maneira de pensar dualisticamente. O pensamento antropocêntrico influenciou fortemente os filósofos e naturalistas a assumirem a idéia de que somente o ser humano possuía a capacidade da razão e de cognição e que os demais animais eram irracionais (inclusive a mulher e as crianças!). Além do pensamento antropocêntrico, a idéia criacionista passou a ser questionada pelo pensamento evolucionista graças a Charles Darwin e Wallace, autores independentes da teoria sobre a origem e a evolução das espécies.
Os primeiros etólogos, naturalistas com visão do pensamento evolucionista, descreveram a ocorrência de comportamentos que não dependiam de nenhuma experiência prévia ou aprendizagem e os denominaram de comportamento inato ou instintivos. Muitos traduziram esta definição como sendo impulso, criando-se muitas interpretações equivocadas.
Esses etológos mostraram que certos comportamentos complexos e estereotipados constituem padrões fixos de ação (PFA) porque todos os indivíduos da espécie o manifestam desde que estímulos específicos sejam apresentados (estímulos sinais). (Fig 1)
Os PFA envolvem um conjunto de vários eventos motores ordenados no tempo e no espaço. Um bom exemplo é o ato de bicar do filhote: ao visualizar a mancha vermelha no bico dos pais, esses regurgitam o alimento do papo. A mancha vermelha nesse caso constitui o estimulo sinal. Um PFA análogo é o recém-nascido filhote de mamífero succionar o mamilo e obter o precioso alimento, tão logo esse seja colocado em contato na região peri-oral.
Há um outro grupo de respostas motoras (somáticas e viscerais) causados por estímulos sensoriais específicos porém deflagram eventos mais simples e