o fios das missangas
1. No conto o narrador nos conta, em tom de lamento, ter sido abando nado por seu cão. O personagem se diz um qualquer, enquanto seu cão era de apurada raça, classe comprovada em certificação de nascença. Dispensando ao cão um tratamento superior que aos filhos, o narrador começa a estranhar o modo como as pessoas começam a trata-lo. Quando o homem leva o cachorro para passear ouve comentários que o colocam na posição de guiado, tomando o cão como guia. Perguntam se o homem morde, como se ele fosse um cachorro. Para evitar tais constrangimentos, o homem decide levar o cão para passear à noite. No entanto, logo na primeira noite o cão morde um gato, mas a culpa cai sobre o homem, a quem perguntam se é vacinado. Cansado de ser tratado como se fosse um cão, o homem decida abandonar sua casa e viver na praça. “Feliz, me alojei em toca bruta, numa arrecadação vaga no jardim público. Desfrutando autêntica vida de cão. Ali me deitavam uns restos. Às vezes, com mais sorte, uns doggy-bags. Saudoso da minha pessoal existência de pessoa? É que pensar já nem era verbo para mim. Homem que ladra não morde, eu ladrava e a caravana passava.” Em tom irônico, o homem diz que seu cão o vê na praça e demonstra alegria, trazendo uma trela à boca, como se pedisse que o homem o levasse novamente para passear. As pessoas, encantadas com a cena, comentam o quanto é esperto, mas se referem ao homem como se ele fosse o animal. Mais frustrado ainda, o homem decide permanecer na praça, trocando pulgas com outros cães, que com ele dividem a grama da praça.
- Escolhi esse conto, porque achei interessante o modo que mostra, como as pessoas julgam umas as outras pelo jeito que são e pelo o que tem, como no conto, as pessoas não acham que o homem, pelo seu jeito, é digno de um cão tão