O fetiche da mercadoria e poema Eu etiqueta
O presente trabalho apresenta uma analise entre o poema Eu, Etiqueta, de Carlos Drummond de Andrade, e o texto de Marx que trabalha com o conceito de fetichismo da mercadoria. O fetichismo da mercadoria, escrito no primeiro capítulo da obra “O Capital” de Marx, revela como o mundo capitalista exerce relações sociais que ocorrem através de mercadorias, que têm o poder de estabelecer e manipular as relações sociais entre os homens. As relações sociais entre os produtores e consumidores, passam a ser marcadas pelas relações de troca entre as diferentes mercadorias, muitas vezes nem ao menos sabemos o nome do vendedor, o que nos interessa é o que ele tem a nos oferecer. Assim, as relações sociais entre as pessoas, são na verdade relações de troca de mercadorias, as coisas passam a ser a ligação entre os indivíduos.
O poema “Eu etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade assim como o texto de Marx, retrata a importância que o homem passou a dar para a mercadoria, que hoje em dia é tão cobiçada e importante, que tem o poder de definir as pessoas e seus valores.
Portanto podemos concluir que ambos retratam como o homem da sociedade capitalista, perdeu sua identidade, e passou ser a própria mercadoria; tanto à mercadoria que ele pode oferecer quanto a que possui. Entretanto apesar da importância das mercadorias, a força de trabalho necessária para produzi-las, ou mesmo a sua utilidade não exerce influência ou importância nas relações de troca. O homem passou e ser uma marca, um objeto apenas uma coisa, um ser artificial e materialista, um pobre alienado vitima das impregnantes propagandas.