O Existencialismo de Jean Paul Sartre
"O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós."
Antes de chegar nesta tão celebre frase, Sartre passou por toda uma construção anterior desse pensamento desembocando posteriormente no pensamento conhecido como existencialista.
A Existência precede a essência?
Para o pensamento de Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, a única natureza pré-existente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo mundo exterior.
Se Deus não existe não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta. Assim não teremos justificativa para nosso comportamento. Estamos sós, sem desculpas.
Sartre acreditava que o ponto pelo qual o pensamento filosófico deveria partir é a intencionalidade e não a realidade humana. Fiel que era ao pensamento de Husserl, utilizou a fenomenologia para atingir a sua meta. Sartre, no entanto, tinha como meta examinar a consciência no mundo. A consciência é engajada no mundo de tal forma que o para-si não existe sem mundo, mas apenas, como o diz Sartre, “uma plenitude diferenciada do ser”.
Para a consciência atingir as coisas, precisa conter o nada, o não-ser. Nós só podemos negar as coisas, nadificá-las, porque carregamos conosco uma espécie de nada. Para Sartre o nada tem como fundo o próprio ser. É o ser que faz surgir o nada pela imaginação. Esta forma de ser da consciência cria uma totalidade que não existe.
A análise da consciência é fundamental na sua filosofia. Divide0se em dois níveis: consciência de primeiro